O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima com que cada área do conhecimento é avaliada é trienal.
Dados divulgados este mês pelo Governo Federeal mostram que 226 escolas de ensino superior têm qualidade inadequada há quatro anos. Elas representam 12% das instituições analisadas. A avaliação tem como base o IGC (Índice Geral de Cursos), que considera o desempenho dos alunos num exame (Enade) e quesitos de qualidade do corpo docente.
Pesquisadores dizem que os dados mostram que as ações do do Ministério da Educação, baseadas em corte de vagas de cursos ruis, é ineficiente.
O Governo Federal anunciou que vai supervisionar as 70 piores escolas. Elas podem até serem fechadas.
As demais deverão ser fiscalizadas no futuro. Haverá ainda corte de 50 mil vagas de vestibulares de cursos de saúde, administração e ciências contábeis (o país tem 1,1 milhão de vagas nessas áreas).
O levantamento mostrou que as melhores instituições do país são a FGV-RJ, Facamp (SP), FGV-SP e Unicamp.
Das 226 instituições reprovadas quatro vezes, 214 são privadas e 12 municipais.
Para o pesquisador da UFSCar João dos Reis Silva Jr., "para manter a expansão de vagas, o MEC faz vistas grossas para a qualidade; prioriza-se o aluno formado, ainda que não esteja bem formado".
O Semesp (sindicato das escolas privadas de SP) e o consultor Romário Davel dizem que às vezes demora para o indicador captar melhoras, pois cada grupo de cursos é avaliado de três em três anos.
O MEC informou que haverá proibição de aumento de vagas e auditorias nas escolas com os piores resultados.
Se não reagirem, as escolas podem ser descredenciadas.