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Caros amigos do blog. Na oportunidade venho postar um projeto que possui uma visão de alfabetização para adultos, unindo o trabalho de dois educadores conhecidos por nós, o educador Paulo Freire e o professor Eurípedes Barsanulfo, que viveu em Sacramento, Minas Gerais no fim do século XIX. Procuremos entender que este é apenas um modelo, podendo ser adaptado à necessidade do grupo a ser assistido.
PROJETO FOLHA DE PAPIRO
Motivo do Projeto:
Necessidade da alfabetização de adultos na faixa etária a partir dos 50 anos de idade.
Objetivo:
Alfabetizar adultos promovendo a conscientização dos problemas do cotidiano, compreensão do mundo em torno de si e o conhecimento da sua realidade social.
Carga Horária Prevista: 64 horas
Quantidade de alunos inicial: 10 alunos.
Meta quantitativa a atingir: 30 alunos.
Dias das Aulas: Quatro dias na semana
Avaliação para Planejamento: Uma vez na semana
Horário das Aulas: No mínimo uma hora
Método Usado: Educador Paulo Freire e Professor Eurípedes Barsanulfo
Desenvolvimento das Aulas:
1ª Fase:
Conhecer os alunos. Quem são? De onde vêm? Qual o meio do seu convívio? Quais são as suas expectativas sobre o curso e seus objetivos após a conquista do diploma.
2ª Fase:
Reunir os alunos numa conversa informal e buscar colher, palavras e temas significativos da sua convivência, dentro do seu universo vocabular. Separar o total de 20 palavras geradoras que servirão de base para o processo de alfabetização.
3ª Fase:
Após a escolha das palavras geradoras e dos temas que lhes chamam maior atenção, promovemos a discussão em torno das palavras e dos temas escolhidos. Esta discussão objetiva o aluno a conhecer e ter consciência da importância e familiarização das palavras no seu convívio diário, adquirindo uma percepção maior do que acontece em sua volta, tornando-se mais participativo socialmente.
A partir desta fase, começamos a colocar diariamente frases do seu cotidiano escritas na lousa branca, a fim de fazê-los familiarizar-se com as mesmas, mesmo que ainda não saibam interpretá-las.
Ao falarmos e assinalarmos as frases, estaremos promovendo a memorização da forma e, consequentemente, estimulando-os ao aprendizado das palavras. Utilizaremos primeiro a letra de forma para o aprendizado das palavras, depois a letra de imprensa e conforme o amadurecimento do conhecimento a letra cursiva, ambas utilizadas somente com as palavras já conhecidas.
4ª Fase:
Estudar as palavras geradoras, através da divisão por sílabas, cada sílaba se desdobra em sua respectiva família silábica, com a mudança da vogal, possibilitando a criação de novas palavras. Conforme o andamento da aula, iniciaremos uma discussão para melhor significá-la na realidade da turma, aproveitando os temas escolhidos na Terceira fase. Devemos dar destaque às vogais e posteriormente às consoantes.
Iniciamos colocando a palavra separada por sílabas e formando uma coluna com as mesmas para fazermos a família silábica.
Falar juntamente com os alunos as sílabas, dando ênfase às vogais.
Ex:
Palavra geradora:
A - MI - GO
Divisão silábica:
A – E – I – O – U
MA – ME – MI – MO – MU
GA – GE – GI – GO – GU
Novas palavras:
GA – LI – NHA
MI – NHO – CA
U – NI – ÃO
5ª Fase:
Criar a ficha de palavras (cartão ou cartolina), para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes as palavras geradoras. Este método poderá ser usado na sala de aula ou em exercícios a serem executados em sua própria residência para a aula seguinte.
6ª Fase:
Inicia-se um trabalho em grupo onde os próprios alunos, motivados, irão formar mais palavras, baseados no conteúdo do aprendizado anterior. Procurar usar imagens.
7ª Fase:
Começar a ensinar os números naturais e as quatro operações a seguir: adição, subtração, multiplicação e divisão.
Procurar usar imagens e fazer contas com palitos, parafusos, tampas de garrafas de refrigerantes e, outros objetos pequenos.
8ª Fase:
Promoveremos atividade didática, utilizando o computador como ferramenta de ensino, onde os alunos farão a composição das muitas palavras aprendidas e a criação de outras novas, além das quatro operações básicas, através do editor de texto apropriado, usando todos os recursos possíveis de cores, formas e outros, recebendo as primeiras noções de inclusão digital.
9ª Fase:
Ainda no computador, formaremos frases simples com as palavras aprendidas, somando com as palavras novas a serem mais bem conhecidas, além de contas com as quatro operações básicas.
Utilizaremos o site:http://www.sol.eti.br/infantil/inicio_alfabetizacao.html, onde poderemos iniciar várias atividades com formação de palavras associadas a figuras.
Acessaremos a página do Google e faremos pesquisas de novas palavras, assim como o descobrimento visual e musical das mesmas, usando o computador como ferramenta de aprendizado.
10ª Fase:
Finalizar o curso apresentando uma peça teatral, cujo objetivo seja mostrar a história de uma pessoa, que tendo a educação como instrumento de transformação, constrói um mundo novo interior, promovendo um mundo novo no seu exterior.
Esta atividade servirá de estímulo para os alunos continuarem na sua jornada de aprendizado.
Dinâmicas Utilizadas:
Método de percepção:
Sensibilizar o aluno através da aprendizagem em grupo, desenvolvendo os seus sentidos em relação ao contexto à sua volta. A sensibilização dos sentimentos em relação ao conteúdo da aprendizagem e dos seus amigos em grupo desenvolve a percepção no aprendizado das palavras, aumentando a sua auto-estima.
a) Discussão em Grupo – Formar um círculo com os alunos para discutirmos assuntos referentes às palavras geradoras e os temas. Este método será usado para outras atividades.
b) Balões Coloridos – Esta dinâmica deverá ser usada para ajudar na fixação das palavras aprendidas. Coloca-se um papel com a palavra geradora a ser fixada dentro de balões coloridos e convida os alunos a estourarem os mesmos um por vez. Conforme o aluno estoura o balão, pega o papel, lê a palavra para todos e separa as sílabas na lousa branca com caneta colorida.
c) Quebra-Cabeças – Trata-se da montagem de palavras geradoras pelos alunos através das sílabas, fixando pedaços quadrados de cartolinas coloridas na lousa branca.
d) Caixinha Surpresa – O aluno ao chegar à sala de aula encontra uma caixinha feita de madeira pintada. Dentro estão 12 tipos de balas comestíveis (ou outra iguaria). Cada bala representa uma palavra geradora. Convidamos o aluno a falar um pouco sobre a palavra a que se refere a sua bala. Após cada comentário, informamos que o mesmo pode degustá-la.
e) Toque Mágico – Pega-se pequenos objetos conhecidos tipo: bichinhos de borracha, formas geométricas, bolas, objetos de madeira, artesanato em geral e outros. Formam-se dois círculos, sendo um dentro e um fora com os alunos. Vedá-se os olhos dos alunos do círculo de dentro com um pano branco e distribui os objetos em suas mãos. Cada um, através do tato, deverá adivinhar o que têm em suas mãos. O círculo de fora, formado pelos outros alunos, terá o objetivo de através de pistas, ajudar os alunos do círculo de dentro a acertar o nome do objeto que está em mãos. Dão-se alguns minutos para a atividade. Quem for acertando a palavra, vai retirando a própria venda e falando para todos um pouco do seu objeto. O ideal desta dinâmica, devido ao horário da aula (1 hora) é realizá-la em três etapas. Na primeira aula fazemos com metade do grupo. Na segunda aula com a outra metade e na terceira aula, juntamos todos e procedemos à aula com as novas palavras.
f) Chapéu do Sentimento – O aluno recebe um chapéu de plástico colorido. Dentro têm uma palavra que se refere a um sentimento. Fazemos um círculo grande com os alunos e, um por vez, irá retirar o chapéu e oferecer o papel com uma palavra de sentimento ao amigo que desejar. O aluno que receber a palavra de um sentimento deverá falar um pouco sobre ele e indo à lousa branca, escrever a palavra fazendo a divisão silábica. Esta dinâmica deverá ser dividida em duas aulas.
As dinâmicas poderão ser diversificadas, aplicando esquetes e atividades musicais feitas pelos próprios alunos ou através do auxílio de profissionais ou voluntários das áreas. Durante o curso estaremos desenvolvendo outras dinâmicas.
O objetivo da atividade de dinâmica na alfabetização é promover: a integração dos alunos; a desinibição; a facilidade da memorização das palavras; a ressocialização; a integração como uma família; a boa aceitação do estudo e do educador e finalizando, o resgate da auto-estima.
NOTA: Alfabetizar é lançar uma gota de luz de esperança, em um universo de desconhecimento.
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