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O objetivo do presente artigo é discutir a democracia, a gestão participativa na escola pública, a cidadania e a autonomia, bem como os desafios e possibilidades para a construção de uma escola democrática. Para tanto, recorremos à pesquisa bibliográfica, seguida da análise, síntese e recriação das idéias. Os resultados apontam que para a efetivação da democracia escolar necessitaremos criar órgãos de gestão que garantam a representatividade, a continuidade e a legitimidade da participação popular. Dentre esses destacamos o Conselho Escolar ou Colegiado, o Conselho de Classe, a Associação de Pais e Mestres e o Grêmio Estudantil. Tais instâncias podem ampliar a participação popular e a qualidade da gestão democrática. Há muito que aprender sobre democracia na sociedade e na escola. Existe uma cultura de autoritarismo e um poder sutil que conduz ao imobilismo e prejudica a democracia e, consequentemente, a cidadania e a autonomia. A qualidade de ensino na escola pública popular deve se traduzir na democratização do conhecimento para todos e todas. Concluímos que o professor precisa ter consciência clara da concepção pedagógica que orienta a sua prática educativa e do seu compromisso político com os seus alunos. Se trabalhar com a classe desprovida de riquezas – as vítimas da sociedade capitalista – deve trabalhar a favor delas, na busca de sua libertação. A cidadania será construída no exercício efetivo de práticas democráticas e participativas na escola, comprometidas com a emancipação dos sujeitos ativos e atores de sua própria história.
Abaixo parte do arquivo em pdf disponível no site abaixo:
O artigo em pauta explicita o conteúdo do segundo capítulo da tese de doutorado do
Programa de Educação/Currículo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, apresentada em dezembro de 2007, que se intitula “Escola Pública, Currículo e Educação Emancipadora: o projeto político-pedagógico como mediação”. O objetivo do texto é refletir sobre os conceitos de democracia, gestão escolar, autonomia e cidadania, bem como sobre os desafios e as possibilidades de alcance de uma escola de maior qualidade para todos e, portanto, mais democrática e inclusiva.
As reflexões situam-se numa perspectiva crítica, libertadora e emancipadora, à luz do legado do educador Paulo Freire, na busca cada vez mais humanizadora do ser humano, numa luta contínua em pró do seu desenvolvimento integral e da conquista de “ser mais”.
Sabemos que o Brasil tem uma história que criou uma cultura de comandos autoritários de mandatos legais, baseados mais no direito da força do que na força do direito. E mudar mentalidades formadas para a submissão, o respeito à ordem e a obediência às regras impostas, não é tarefa fácil.
Por conseguinte, encontramos, em nosso meio, comportamentos de toda ordem, explicitando a inércia, a rivalidade, o corporativismo, o preconceito, a desconfiança, o desinteresse pela mudança e pelo novo, o conformismo, a falta de perspectivas e a incapacidade de enxergar novas possibilidades.
Nesse sentido, Freire já nos alertava de que como seres políticos, os homens não podem deixar de ter consciência do seu ser ou do que está sendo, e “é preciso que se envolvam permanentemente no domínio político, refazendo sempre as estruturas sociais, econômicas, em que se dão as relações de poder e se geram as ideologias”. A vocação do ser humano não é de ser dominado, massacrado, modelado ou dirigido, mas, de “ser mais”, fazer e refazer a sua história, intervindo no seu meio.
Retirado integralmente do site:
http://www.rieoei.org/2420.htm
(Baixe o arquivo completo em pdf)
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